Psicose e Cinema: O Inquilino (Polanski 1976)
A Psicose,
como vivência particular de mundo, foi e continua sendo campo de exploração e
representação pelas mais diversas vertentes artísticas. Ao longo da História das
Artes já vimos expressões artísticas do que seria Psicose no campo das Artes
Plásticas, da Literatura, da Música e do Cinema.
Não cabe às
Artes, entretanto, o rigor técnico reservado a Psicopatologia para a definição
clínica dos estados psicóticos. Porém, a partir da visão do artista, cria-se a
possibilidade de uma ponte para um exercício empático do observador. A partir
da sensibilidade do artista podemos sentir elementos comuns aos que sofrem de
algum tipo de psicose: a angústia do aprisionamento num mundo próprio e a
desintegração da familiaridade com a realidade.
Uma preciosa
oportunidade de se realizar esse exercício como expectador é o filme “O
Inquilino” (“Le Locataire” – Polanski 1976). Nele, um tranquilo imigrante
polonês aluga um pequeno apartamento em Paris. Sua vida pacata, porém, passa a
se transformar a partir de percepções inusitadas do mundo que o rodeia,
culminando em comportamentos bizarros e destrutivos.
Este filme é,
para a crítica, o patinho feio de uma trilogia do controverso ator e diretor Roman
Polanski. A “trilogia do apartamento” é composta, além de “O Inquilino”, o
último deles, pelos bastante conhecidos “O Bebê de Rosemary” e “Repulsa ao
Sexo”. Mesmo não tendo o mesmo sucesso de seus antecessores, vale a pena
mergulhar no mundo das psicoses criado por Polanski!
Leonardo
Peroni
Comentários
Postar um comentário