Esquizofrenia e Tratamento
Texto por Dr. Luis Felipe Rigonatti
Já discutimos
neste grupo sobre o acesso ao tratamento de portadores de transtornos mentais
graves, que nos Estados Unidos ocorre principalmente quando encarcerados.
Retomando este
tópico sugerimos uma dica de leitura, o livro Loucura de Pete Earley da Editora
Artmed. Este traz um relato contundente de um pai que busca auxiliar o filho
com esquizofrenia no seu tratamento, na estabilidade do quadro e na busca por
uma vida independente, saudável e não estigmatizante.
Apesar de não
ser um texto científico a narrativa evidencia as falhas e dificuldade de um
sistema de saúde para com os doentes mentais, que sem o acesso adequado ao
tratamento são progressivamente excluídos da sociedade e encarcerados,
resultado de uma política de desinstitucionalização associada a leis que
impedem o tratamento involuntário de indivíduos sem crítica de morbidez,
descreve que 25 a 45% dos moradores de
rua possuem algum transtorno mental grave.
No Brasil
conforme relatado por Pacheco e Silva, dados históricos evidenciam que o
primeiro estabelecimento destinado ao tratamento de transtornos mentais
continha principalmente criminosos e indivíduos considerados perigosos para a
sociedade. Seguiu-se os sistemas manicomiais com exclusão social destes
indivíduos e atualmente busca-se um tratamento multidisciplinar, com a busca de
uma total integração no meio social e laboral.
Questiona-se
novamente quantos destes pacientes conseguem um tratamento efetivo e permanecem
estáveis e quantos permanecem excluídos, marginalizados ou cronificados?
A leitura
deste livro nos sensibiliza para as entraves sociais e burocráticas que impedem
um tratamento adequado e nos faz refletir sobre o nosso próprio sistema de
saúde e a assistência que prestamos aos doentes mentais.
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