Conversando sobre causas da esquizofrenia
Dra. Tânia Alves.
A esquizofrenia é caracterizada
pela presença de alucinações e alteração na forma do pensamento, com maior
ocorrência para desenvolvimento de idéias de cunho persecutório, de grandeza,
bizarras ou mesmo se tornarem vagas associadas à perda de interesse pelas coisas
que anteriormente à doença, regiam a vida do sujeito, como por exemplo, seu desenvolvimento
profissional, emocional e sexual. Continua
sendo uma doença crônica e incapacitante, apesar dos avanços medicamentosos. As
causas do desenvolvimento da esquizofrenia continuam em extensa investigação
embora alterações em exames funcionais de imagem em portadores de esquizofrenia
permitam ver alterações cerebrais antes do aparecimento da doença em adultos
jovens, o que sustenta a hipótese de alteração neuronal durante o
neurodesenvolvimento do indivíduo.
Mas como?
A partir de uma predisposição
genética herdada ou mutação ao acaso durante o processo de desenvolvimento
cerebral, que leve à migração anômala dos neurônios. Tal alteração provocaria
erros de conectividade entre os neurônios, redução de substancia cinzenta no
córtex, tálamo, cerebelo e gânglios da base. Tais lesões afetariam a
plasticidade e a vulnerabilidade neuronal durante toda a vida. As lesões celulares são microestruturais,
afetando o metabolismo e integridade da membrana celular. O comprometimento da
plasticidade neuronal pode se apresentar clinicamente como diminuição da
capacidade em lidar com a complexidade das demandas sociais, dos estudos e relacionamentos
próprios da adolescência. Essas demandas podem funcionar como estressores
biológicos. Tais estressores e o uso de substancias como cannabis, cocaína e
solventes podem ser o gatilho para o surgimento perceptível das conectividades
cerebrais anômalas. Encontram-se, na história de alguns pacientes, atrasos na
fala e na leitura, dificuldades motoras, déficits neurocognitivos de memória,
alterações de linguagem e função executiva (realização da tomada de decisão) já
na primeira década de vida.
Mas quais são os fatores de risco
para causar tal erro de migração neuronal?
Infecções virais e processos
inflamatórios, diabetes, incompatibilidade do fator RH e desnutrição e estresse
ocorridos durante a fase gestacional. Fatores perinatais como baixo peso, prematuridade,
complicações obstétricas, nascimento no inverno ou início da primavera (frio e
infecções virais respectivamente).
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